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Projeto do Ibama coloca em liberdade 240 animais silvestres em Mato Grosso

Cuiabá (16/04/15) – Nesta semana, a Superintendência do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis em Mato Grosso (Ibama/MT), juntamente com parceiros do Projeto Áreas de Soltura de Animais Silvestres (Asas/MT), repatriará e devolverá à liberdade 240 animais provenientes de apreensões e de nascimento em cativeiro vindos dos estados do Ceará e de São Paulo.O primeiro lote, composto de aves e répteis, veio do Criadouro Conservacionista de Animais Silvestres, da Universidade do Vale do Paraiba (Univap), de São José dos Campos/SP. O grupo de aves é composto 29 canários-da-terra (Sicalis flaveola), nove trinca-ferros (Saltator similis), 24 papagaios-verdadeiros (Amazona aestiva), dois papagaios-do-mangue (Amazona amazonica), 11 araras-canindé (Ara ararauna) e uma arara-azul-grande (Anodorhynchus hyacinthinus). De répteis, vieram sete iguanas (Iguana iguana) e 80 jabutis (Chelonoidis carbonaria). Acompanhados de uma equipe de cinco técnicos, incluindo-se dois médicos veterinários, percorreram mais de 1.800 km para serem reintroduzidos em áreas de soltura cadastradas no Ibama de Mato Grosso.O segundo lote também veio de São Paulo, do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres do Parque Ecológico do Tietê (Cras/Pet/SP), composto por 33 iguanas e 31 papagaios, dos quais 16 são papagaios-verdadeiros e os demais são papagaios-do-mangue.O último lote traz 10 quelônios, sendo nove tartarugas-da-amazônia (Podocnemis expansa) e um tracajá (Podocnemis unifilis), que estavam no Centro de Triagem de Animais Silvestres do Ibama do Ceará (Cetas/CE).Todos os animais foram submetidos a exames clínicos para comprovar a sanidade. Cada psitacídeo recebeu uma anilha metálica como marcação individual e uma pintura vermelha, temporária, para diferenciar o macho da fêmea durante o período de monitoramento. Os répteis receberam um microchip para futura identificação e acompanhamento.Segundo a coordenador do Núcleo de Fauna do Ibama/MT, César Soares, o projeto ASAS em Mato Grosso tem tido grande êxito na reintrodução de aves na natureza. “Aves domesticadas, depois de readaptadas, retornaram a natureza, foram admitidas em bandos nativos e já estão procriando normalmente”, afirma o coordenador.


Soltura monitorada


Em Mato Grosso, já existem seis áreas devidamente cadastradas no Ibama para o Projeto ASAS e outras áreas estão em estudo para receber a reintrodução de animais silvestres.Os passeriformes recebidos do Cras/Univap, canários e trinca-ferros, foram soltos na área da pousada Arara Eco Lodge, próximo da Estrada Parque Transpantaneira, no município de Poconé. A arara-azul-grande ficou em um viveiro de ambientação pré-soltura, para um tratamento mais atencioso, não apenas pelo valor genético do espécime mas também porque existem outros exemplares residentes na área e essa espécie de psitacídeo costuma ser bastante competitiva.No Refúgio Ecológico Sesc Serra Azul (RESSA), em Rosário Oeste, serão soltas as araras-canindé e um grupo de 33 papagaios, após permanecerem um período num viveiro de ambientação. Metade dos jabutis e das iguanas foi solta em área de preservação permanente (APP) do rio Cuiabá.O restante dos jabutis e iguanas foi levado para Tangará da Serra, para soltura nas APPs do rio Sepotuba, na Fazenda São Marcelo, onde se localiza a Reserva Particular do Patrimônio Natural Vale do Sepotuba, primeira RPPN estadual de Mato Grosso. Nesta área de soltura, também serão reintroduzidos 24 papagaios-verdadeiros.Por último, serão levados os 10 quelônios, tracajá e tartarugas-da-amazônia, para soltura no rio Guaporé, no município de Vila Bela da Santíssima Trindade (distante 562 km a oeste de Cuiabá).Para o superintendente do Ibama em Mato Grosso, Marcus Keynes, “é impressionante os contrastes de Mato Grosso. De um lado, você ainda tem proprietários rurais destruindo a fauna, passando o correntão na floresta e colocando fogo. De outro lado, você encontra proprietários cuidando de sua Reserva Legal e até criando RPPN. Esperamos que esta balança se torne mais positiva para a fauna num futuro próximo.”

Ascom/Ibama/MT
Texto e Fotos: Nicélio Silva

 

 

 

 

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